terça-feira, 10 de novembro de 2015

Capítulo 15: Combate sob o luar

A LUA GUIAVA AS CRIATURAS DA NOITE.

Cão e Morcego confrontavam-se como verdadeiras bestas, numa luta feroz onde os elementos naturais eram testemunhas. Mar e areia explodiam sempre que um golpe errava o seu alvo. Cada acerto era acompanhado por um estrondo ameaçador. Uma batalha tempestuosa onde não era possível prever seu fim.

A paz então se fez. Ambos, ofegantes, pararam de se atacar. Orrin estava ferido em diversos pontos, cortes causados pelas garras da amazona. Adrienne não estava em melhor estado. Os golpes do cavaleiro eram muito velozes, não podendo ser absorvidos sempre pelas asas. Ambos sangravam em pontos diferentes, e a armadura de Orrin estava rachada na região onde Adrienne havia lhe aplicado o primeiro ataque.

Frente a frente, em posição de combate, ambos estavam alertas aos movimentos um do outro. A luta estava em pé de igualdade, o que dificultava uma vitória por meio de ataques físicos diretos. Sabiam que a única chance de vitória seria elevar o cosmo ao máximo, explodindo-o a um nível que derrotasse o adversário com um único golpe. Se prosseguisse daquela maneira, a batalha duraria por dias. Agora, quem cometesse um passo em falso sofreria a pior das consequências.

– Sabe que se continuarmos assim apenas nos esgotaremos – disse Adrienne.

– Sei. O que propõe? Sua derrota? – disse Orrin esnobando.

– Engraçadinho. Que tal decidirmos com um confronto direto de cosmos? Quem possuir o maior derrotará seu adversário. Além disso, não teria como haver trapaças. Uma disputa que decidirá o mais forte. O que acha?

– Que seja feita a sua vontade!

Desfazendo suas posturas de combate, ambos olharam uma última vez um para o outro. Sabiam que não havia volta. De agora em diante, quem elevasse mais seu Cosmo seria o vencedor.

Eu a respeitei desde nosso primeiro encontro, Adrienne, mas agora é minha vez de vencer. Não desapontarei a ninguém, nem a mim mesmo. Há muita gente que deseja o meu retorno.

Você é um bom lutador, Orrin de Cão Menor. Superou minhas expectativas, mas agora é chegada a hora da verdade. Não podemos mais prolongar um confronto que dará em empate. Foi bom lutar contra você. Sentir-me-ei honrada em arrancar sua cabeça e levar sua armadura como troféu. Provarei a todos a superioridade de Esparta sobre Atenas.

Um confronto honroso entre dois cavaleiros. Serafim admirou aquela batalha enquanto recolhia e recolocava a sua túnica. Apenas assistia a luta, mesmo sabendo que as consequências poderiam ser terríveis. Orrin não o perdoaria se atrapalhasse. Não há forma pior que terminar um combate dessa forma, mas é a única maneira que escolheram de dar um fim a esse duelo. Se continuassem a lutar fisicamente, morreriam os dois com as armaduras despedaçadas ou não conseguiriam continuar de tão esgotados. Boa sorte Orrin. Que Atena o guie para a luz.

- AHHHHHHHHHH! – gritaram ao mesmo tempo.

Explodindo seus cosmos ao máximo, os cavaleiros trocavam olhares de respeito. Depois, trataram de concentrar mais ainda sua energia cósmica. A quantidade de cosmo-energia acumulada foi gigantesca. Somada era quase inacreditável para dois cavaleiros de bronze. Impressionante, pensou Serafim.

Agora ambos estavam em suas posturas de ataque. Lançariam um único e definitivo golpe. Adrienne pôs as suas asas à frente do corpo e agachou o corpo para puxar ar e lançar sua técnica mais poderosa. Orrin sabia que só teria uma chance e que estava entre a vida e a morte. Pondo o braço esquerdo à frente e o direito para trás, ajeitou toda a sua postura, mudando a sua posição costumeira. Adrienne ficou confusa com a mudança. O que é isso? Vai mudar de técnica agora?!

Serafim calculava o que iria acontecer, ficando apreensivo pelo companheiro. Eles devem estar a dez passos um do outro. Não importa quem ganhe, é muito provável que ambos saiam muito feridos do impacto. Não sei ao certo, mas se alguém sobreviver a isso será merecedor.

– Pronta? – gritou Orrin.

– Sim.

Os dois se moveram pela última vez, desviando toda a cosmo-energia acumulada naqueles breves segundos. O cosmo de ambos alcançou tal nível que, as costas de cada cavaleiro, foi possível deslumbrar a aura de seus animais guardiões, prontos para o último ataque. Percebendo a real intensidade dos ataques, Serafim quase se desesperou. Não! Esse nível de cosmo-energia é grande demais. Suas armaduras não resistirão a tal impacto. Continuar com isso é suicídio para ambos. Mas já era tarde.

– SONIC EXPLOSION! – gritou Adrienne.

– FORBIDDEN HOWL! – gritou Orrin.

O encontro dos ataques foi calamitoso. Por uma fração de segundos, o som de todo o local desapareceu e uma luz cegante encobriu o cavaleiro e a amazona. Logo um som ensurdecedor e uma explosão colossal de energia tomou conta de tudo, fazendo com que Serafim tivesse que se proteger. De costas, o cavaleiro de Taças ainda buscou na explosão um fio de esperança, o mínimo que fosse.

- Orrin! – gritou inutilmente se comparado ao estrondo que os ataques produziram.

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