terça-feira, 22 de setembro de 2015

Capítulo 01: O Homem que fala com as estrelas

PRIMEIRA PARTE
Visitas Inesperadas

ERA UMA BELA NOITE DE CÉU ABERTO.
Tudo estava perfeito para observar as estrelas, e um homem o fazia. Diante dele havia um penhasco, alto e íngreme o suficiente para que nenhum humano sobrevivesse a uma queda, mas aquele não era um ser comum. As estrelas brilhavam intensamente no céu, esperando ser observadas. Entretanto, uma constelação particular brilhava fracamente, entristecendo o observador.

– Por que, minha pura constelação guardiã? – falava como um confidente – Qual o seu medo em aparecer? Sinto-me mal em não poder vê-la brilhar esta noite. O que temes?

Perdido em seus devaneios, foi de súbito que percebeu algo diferente brilhar intensamente no céu.
– Marte…? O que faz em meu céu, planeta da guerra? O seu senhor não é bem vindo nesta terra sagrada. Ele traiu a confiança de sua irmã, nossa guardiã.

O planeta insistiu em brilhar, escarlate e imponente, dando um aviso ameaçador. E como isso era verdade. O observador girou o corpo, dando as costas para o planeta e fazendo o seu manto azul celeste girar consigo num único movimento. De cabeça baixa, sua mente questionava. O que faz Marte brilhar com tal intensidade? O homem, então, ampliou as suas capacidades oraculares, juntamente com os seus sentidos, fazendo sua mente abrir as portas além dos limites humanos. Em sua vidência, ele sentiu ódio, medo, caos e morte.

Retornando os seus sentidos ao mundo material, ele observou Marte uma última vez. O brilho do planeta se mantinha intimidante e sua aura emanava um mau presságio.

– O que Ares, senhor da guerra, quer conosco?

Sem resposta, o observador andou até a monumental morada esculpida em rocha que se erguia próxima ao penhasco. Quando chegou ao portal voltou a olhar para o brilho estranho do planeta. Marte significa guerra, sangue e morte. Será que este brilho anuncia que o dia da guerra entre Atenas e Esparta se aproxima? Caso seja, temos que ficar em alerta.

*     *     *

ALGUMAS CASAS ABAIXO, outro homem também observava o céu de sua varanda. Encostado num grande pilar ornamentado encontrava-se um homem jovem de longos cachos castanhos, belos olhos azul-mar e que trajava uma túnica branca. Aquele que respondia como o cavaleiro de Sagitário observava as estrelas, procurando algo.

– Sinto um grande mal se aproximando do Santuário. É algo que emana cólera e que brilha a sangue. Vermelho… E sombrio…

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